sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Um brinde ao amor?


Tenho medo, Zé. Medo de perder você por entre meus dedos largos. Sabe, não sou mulher ideal: não sei cozinhar, sou desorganizada, preguiçosa e amo levantar na hora do almoço. Sou pseudo egoísta se você for parar pra pensar. Mas humildemente falando, eu tenho minhas qualidades. Sou carinhosa - até demais - e sensível. Não sei mentir com os olhos, eles me entregam. Amo assistir filme agarradinho embaixo de uma coberta num dia frio. E no calor, nada que um ar condicionado com coberta também não funcione. E tenho sonhos fúteis. Quero ir pra Paris só pra tirar uma foto te beijando em frente à Torre Eiffel. Quero ter uma música que me lembre nós dois. Quero que você me ensine matemática e futebol. Quero conhecer o mundo. Tão clichê né Zé? Tudo tão óbvio quase sempre mostrado em uma comédia romântica… É isso! Comédia romântica. Quero nossa vida como nos filmes.
Não acredito muito em destino. É um esteriótipo de “as coisas vão acontecer, pode sentar e esperar que o que tiver que ser, será”. Para tudo! Mais um defeito meu: querer fazer acontecer. Querer escrever minha própria história, tirar e por personagens e fazer as falas. Outro sonho? Que você me fale aqueles diálogos clichês e prontos que a maioria das meninas são loucas.
E aí o você certo apareceu na minha vida e me mostrou algo antes surreal pra mim. A graça do amor não é você saber o que vai acontecer amanhã. É ser surpreendido. Não esperar que o cara-dos-seus-sonhos vai te encontrar numa festa quando você estiver toda arrumada, e te convidar pra sair. Vai que você tá correndo, andando de bicicleta, toda suada e sem roupa adequada e isso acontece? O amor não tem regras. Aprendi isso depois que te conheci. 
Às vezes tão fissurada na questão de aparência a gente não nota que o carinha da escola que te vê todo santo dia, sem maquiagem, sem cabelo e unha feita, vai ser o homem da sua vida. Às vezes tão fissurada na vontade de realizar nossos sonhos que a gente não percebe que Paris fica a dois quilômetros, dentro da casa dele, onde deitados no chão do quintal vocês podem observar as estrelas e se beijarem diante a lua. Que não existirá uma música que lembre vocês dois, mas sim qualquer trilha sonora de novela mexicana besta. Que conhecer o mundo é balela: você já tem o mundo inteiro no travesseiro ao lado. 
Olho na rua, e não existe ninguém que ande tão do jeito que você anda. E não existe ninguém no mundo que faça o biquinho quando sorri dizendo: tô com vergonha. E não existe ninguém que acorda, passa o dia e vai dormir no meu coração e na minha mente. Ninguém tem um ombro tão bom pra chorar como o seu. Do seu lado me sinto princesa.
Achava isso baboseira, Zé. Até te encontrar. Até você dar sentido e valor absoluto até às coisas mais simples. E pra falta de dotes culinários, inventaram o fast food que pode me substituir até que eu aprenda algo além de miojo. E pra falta de qualidades minhas, as suas pra me completar.
Talvez essa seja a verdadeira razão de um amor verdadeiro: encontrar nele, e apenas nele, tudo que um dia faltou em você.

Camila Tanus

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